Tudo aquilo de que você sente vergonha, você esconde dentro, no inconsciente. Ele penetra mais fundo em seu ser, circula em seu sangue e o manipula a partir dos bastidores.
Se você deseja reprimir, reprima algo belo. Nunca reprima algo de que você tenha vergonha, porque tudo o que você reprime entra fundo, e tudo o que você expressa evapora no céu. Assim, tudo aquilo de que você sentir vergonha, expresse-o, para que você termine com ele. Tudo o que for belo, mantenha como um tesouro interior, de tal modo que ele fique a influenciar a sua vida.
Mas fazemos justamente o oposto. Tudo o que é belo, insistimos em expressar — na verdade, demasiadamente —, e expressamos mais do que existe. Você fica dizendo: “Eu amo, eu amo, eu amo”; e pode nem ser tanto. Você insiste em suprimir a raiva, o ódio, a inveja, a possessividade; e aos poucos descobre que se tornou tudo o que suprimiu, surgindo uma profunda culpa.
Não há do que ter vergonha; tudo é perfeito como é. Não pode haver um mundo mais perfeito do que este. Agora mesmo, este momento, é o clímax de toda a existência, a verdadeira matriz à volta da qual gira. Nada pode ser mais perfeito; portanto, simplesmente relaxe e desfrute.
Abra suas portas ao sol, ao ar e ao céu. Então, um ar fresco estará sempre passando por você, novos raios de sol estarão sempre passando por você. Permita que o tráfego da existência passe através de você. Nunca seja uma rua fechada, ou somente a morte e a sujeira se juntarão. Abandone todas as noções de vergonha e nunca julgue coisa alguma.