O amor é o que funciona, a técnica é apenas uma desculpa.
O terapeuta funciona, e não a terapia.
Algumas vezes, com um homem como Fritz Perls, o fundador da gestaltterapia, algo começa a acontecer. Não é a gestalt, mas a personalidade do homem — sua imensa coragem, sua imensa compaixão. Ele tenta ajudar, tenta alcançar a outra pessoa.
Mas nossa mente lógica diz que deve ser a gestaltterapia que está ajudando; e esse tem sido o engano através dos tempos. Não é o cristianismo que ajuda, mas Cristo. Não é o budismo, mas Buda. Por dois mil e quinhentos anos as pessoas têm pensado que foi o budismo que ajudou as pessoas, mas foi Buda. Se Buda tivesse dito algo diferente, isso também teria ajudado. Mesmo se ele tivesse dito justamente o oposto do que disse, então também isso teria ajudado. Foi a força de vida daquele homem, sua compaixão, seu amor e sua compreensão que ajudaram.
Mas nossa mente imediatamente agarra as técnicas, agarra o superficial. Então, o superficial se torna importante, e perdemos contato com o essencial. E há problemas: o essencial não pode ser ensinado, somente o não-essencial pode ser ensinado. Dessa maneira, você não ensina Fritz Perls – você pode somente ensinar gestalt. Um Fritz Perls acontece quando ele acontece; não há como ensinar isso! Mas a sociedade deseja estar certa sobre algo, então ela começa a ensinar, e somente o não-essencial pode ser ensinado.
Assim, todo ensinamento vai contra o professor, porque o professor traz o essencial, e o ensinamento ensina o não-essencial.