A libertação das crianças é necessária. Ela é a maior necessidade no mundo, porque nenhuma outra escravidão é tão profunda, tão perigosa e tão destrutiva. As crianças não têm permissão de conhecer a si mesmas.
A sociedade cria falsos eus, diz que as crianças são isso e aquilo, que elas deveriam se comportar dessa ou daquela maneira. A sociedade dita ideais, ideias, e logo a criança se acostuma com o fato de que é cristã, de que é um homem, de que deve se comportar de uma maneira masculina e de que não deve chorar porque isso é ser maricas. A menina começa a se comportar de uma maneira feminina: aprende que não deve subir em árvores, que isso é coisa de menino. Lentamente, existem mais e mais fronteiras, e elas ficam cada vez mais estreitas e todos se sentem sufocados. Está é a situação: todos estão sufocados e, no fundo, todos almejam ser livres. Mas como?
Parece que as paredes que cercam as pessoas são realmente muito poderosas e fortes. E as pessoas vivem nesse tipo de aprisionamento por toda a vida. Elas vivem na prisão e morrem na prisão, sem nunca terem sabido o que é a vida, o que é de fato ver ser, sem nunca conhecerem a glória e a grandeza da existência.
Esse é o estado condicionado da mente. Todo o processo da meditação consiste em descondicioná-la, em retirar essas paredes. O que os pais, a sociedade, os sacerdotes e os políticos fizeram precisa ser desfeito pela meditação.