A sociedade tem suprimido três coisas: o sexo, a morte e o absurdo. E o absurdo é o mais suprimido.
Existem Freuds contra a supressão do sexo, e eles criaram uma pequena atmosfera para que as pessoas possam se livrar da supressão. Mais do que o sexo, a morte é um tabu. A morte ainda precisa de um Freud para lutar contra a sua supressão, para que as pessoas possam permitir suas sensações sobre a morte, para que possam pensar e meditar a respeito e para que deixe de ser um tabu o fato de que a morte existe. Porém, mesmo mais profundo do que o tabu da morte é o tabu do absurdo. Toda a minha luta é contra esse tabu.
Gostaria que você fosse absurdo, porque é assim que a existência é. Ela é insignificativamente significativa, ilogicamente lógica. Todas as contradições, todos os paradoxos, estão em uma coerência interna. Você próprio não é absurdo? Como você pode provar que é necessário aqui para alguma coisa? A existência precisa de você? A existência iria bem sem você, perfeitamente bem. Você não estava, a existência estava; você estará, a existência estará; então qual é o sentido de você estar aqui?
Se você permitir a gargalhada e sentir que ela é absurda, oculta atrás dela estará o absurdo real – não a gargalhada, mas aquele que está gargalhando. Permita-a, e logo perceberá que ela o libera para o céu infinito. Mesmo o confinamento da lógica será abandonado. Então você simplesmente viverá e não procurará significado. Então cada momento será intrinsecamente significativo – ou sem sentido; é a mesma coisa.