A meditação real consiste em pegar o jeito, e não em uma arte – o jeito de penetrar em um silêncio espontâneo. Se você observar o dia-a-dia, no espaço de vinte e quatro horas você encontrará alguns momentos em que você penetra automaticamente no silêncio. Esses momentos vêm por si mesmos, apenas não os observamos.
O primeiro ponto do qual ficar ciente é quando esses momentos de silêncio vêm. E, quando eles vêm, simplesmente interrompa tudo o que você estiver fazendo, sente-se em silêncio e flua com o momento. E eles vêm, são naturais. Algumas janelas sempre se abrem por conta própria, mas estamos tão ocupados que nunca notamos que a janela se abriu, que a brisa está entrando e que o sol penetrou; estamos demasiadamente ocupados com o nosso trabalho.
Assim, observe... cedo pela manhã, quando você está rejuvenescido depois de um longo e profundo sono, o mundo está despertando, os pássaros começaram a cantar e o sol está se erguendo... Se você sentir um momento circundando-o, um espaço crescendo em você, simplesmente entre nele. Sente-se simplesmente sob uma árvore, ao lado de um rio ou em seu quarto, e simplesmente seja... nada a ser feito. Acalente esse espaço e não tente prolongá-lo.
Quando você tiver pegado o jeito, ele virá mais e mais. Então, você começará a entrar em um tipo de harmonia com ele. Um caso de amor começa entre você e aquele espaço chamado silêncio, serenidade, tranquilidade, quietude. E a ligação se torna cada vez mais forte. No fim, ele estará sempre presente. Você sempre poderá fechar os olhos por um momento e olhar para ele; ele estará presente: Você poderá quase tocá-lo, ele se torna tangível. Mas trata-se de um jeito, e não de uma arte. Você não pode aprendê-lo, você precisa absorvê-lo.