Tudo o que é belo sempre aconteceu na solitude; nada aconteceu em uma multidão. Nada do além aconteceu, exceto quando a pessoa estava em absoluta solitude, sozinha.
Por toda a parte, a mente extrovertida criou um condicionamento que se tornou muito arraigado: quando você está sozinho, você se sente mal. Ele lhe diz para andar à volta, para encontrar pessoas, porque toda a felicidade está em ficar com pessoas. Não é verdade. A felicidade que está com as pessoas é muito superficial, e a felicidade que acontece quando você está sozinho é imensamente profunda. Assim, deleite-se nela.
Quando a solitude acontecer, desfrute-a. Cante algo, dance ou sente-se simplesmente em silêncio encarando a parede e esperando que algo aconteça. Faça desse momento um aguardar, e logo virá a conhecer uma qualidade diferente. Ela não é maneira nenhuma a tristeza. Quando você tiver provado da própria profundidade da solitude, todos os relacionamentos se tornarão superficiais. Mesmo o amor não pode ir tão fundo quanto a solitude, porque eles estão no mesmo plano. O amor e a própria presença do outro o mantêm mais próximo da circunferência, da periferia.
Quando não há ninguém, nem mesmo a sombra de alguém, e você está realmente sozinho, você começa a penetrar, a mergulhar em si mesmo. Não tenha medo. No início, esse mergulho parecerá a morte e uma tristeza o circundará, porque você sempre conheceu a felicidade com as pessoas, nos relacionamentos.
Apenas espere um pouco. Deixe que o mergulhar vá mais fundo e perceberá um silêncio surgindo, uma serenidade que tem uma dança em si, um movimento sem movimento dentro. Nada se move é, ainda assim, tudo está imensamente veloz; tudo está vazio e, ainda assim, repleto. Os paradoxos se encontram, e as contradições se dissolvem.