Em sânscrito, temos três termos, um para sofrimento, um para alegria e um que transcende ambos: anand, ou bem-aventurança.
Anand nem é sofrimento nem é a chamada alegria. Ele é um tipo totalmente diferente de alegria, que de maneira nenhuma tem memória do sofrimento, que está completamente não contaminado pelo oposto. Ele é pura unidade, e nele não existe a dualidade.
Normalmente é até mesmo difícil conceber esse estado. A menos que você o saboreie, é difícil até mesmo entendê-lo. Porque tudo o que podemos entender precisa pelo menos de duas coisas, o oposto é uma necessidade. Podemos entender a figura somente devido ao fundo. Chamamos a este momento de noite devido ao dia; chamamos alguém de bom devido ao mau; chamamos alguém de belo devido ao feio. O oposto é uma necessidade, o oposto o define.
Mas anand significa o estado ao qual não existe oposto, quando você chegou ao uno, quando não há possibilidade alguma do outro. O oceano de bem-aventurança tem somente uma margem. Isso é muito ilógico porque como pode haver somente uma margem? O estado de bem-aventurança é ilógico. Aqueles que estão demasiadamente apegados à lógica nunca poderão alcançá-lo. Ele abre a sua porta somente para pessoas malucas.