Todos aprendemos a ser felizes, a rir e a brincar, e é assim que toda a sociedade segue em frente em um carrossel. Mas todos estão carregando dentro de si uma profunda e escura noite, e ninguém está nem mesmo consciente dela.
Quando você entra em um estado meditativo, primeiro entrará nessa noite escura da alma. Se você puder passar através dela - não há dificuldade em passar através dela -, pela primeira vez ficará ciente de que sua felicidade não era verdadeira. A falsa felicidade desaparecerá e a tristeza real virá, e somente depois da tristeza real, emergirá a felicidade real. Então você saberá que a falsa felicidade era até pior do que a tristeza real, porque pelo menos naquela tristeza existia uma realidade.
Se você estiver triste, verdadeira e sinceramente triste, essa tristeza o enriquecerá. Ela lhe dará profundidade, discernimento. Ela o tornará ciente da vida e de suas infinitas possibilidades, ciente dos limites da mente humana, da pequenez da consciência humana ao se encontrar com a infinidade à sua volta, da frágil vida sempre circundada pela morte. Quando você estiver realmente triste, ficará consciente de todas essas coisas, ficará consciente de que a vida não é apenas vida, ela também é morte.
Se você realmente deseja ser feliz, não continue a fingir, a fazer o jogo de ser feliz. Quando a infelicidade vier, logo perceberá que ela se anuviará, que ela se tornará intensa. Mas, quando a noite está escura, a manhã está muito próxima. E, quando você parar de brigar, quando a aceitar, ela lhe dará um silêncio, um profundo sussurro. E claro que ela é triste, mas é bela. Mesmo a noite tem sua beleza própria, e aqueles que não puderem perceber a beleza da noite perderão muito.