O pensar nada mais é do que um hábito de interpretar. Quando o pensar desaparecer, o lago da mente ficará silencioso, sereno e quieto.
Então, não haverá mais ondas, não haverá mais ondulações – nada será distorcido, a lua será perfeitamente refletida.
O pensar é como ondulações em um lago e, devido às ondulações, o reflexo não pode ser verdadeiro; a lua se reflete, mas as ondulações a distorcem. Deus se reflete em todos, nós espelhamos Deus, mas nossa mente está tão cheia de pensamentos, ondas e nuvens que tudo o que percebemos não é mais o mesmo, não é aquilo que é.
A mente impôs seus próprios pensamentos sobre a realidade, interpretou-a, e toda interpretação é uma distorção. A realidade não precisa de interpretação; ela precisa somente de reflexo. Não faz sentido interpretar; quem interpreta insiste em perder o ponto.
Se você vir uma rosa, ela estará ali e não haverá necessidade de interpretá-la, não haverá necessidade de dissecá-la, não haverá necessidade de saber sobre o seu significado. Ela é o seu significado, não é uma metáfora, não está lá para representar algo. Ela está simplesmente lá! Ela é a realidade, e não um símbolo. Um símbolo precisa ser interpretado, um sonho precisa ser interpretado. O psicanalista está certo, porque ele interpreta sonhos, mas os filósofos não estão certos, porque eles interpretam a realidade. O sonho é simbólico, representa algo. A interpretação pode ser útil para descobrir o que ele significa. Mas uma rosa é uma rosa; representa somente a si mesma. Ela dispensa explicação.