O amor é essencialmente humilde – não existe outro tipo de humildade. Se a humildade for cultivada sem o amor, trata-se de um outro truque do ego.
Quando a humildade vem naturalmente a partir do amor, ela é imensamente bela. Assim, apaixone-se pela existência, e o início é apaixonar-se por si mesmo.
Ao amar a si mesmo, você começa a sentir amor por muitas pessoas e, aos poucos, esse espaço fica cada vez maior. Um dia você perceberá que toda a existência está incluída, que agora o amor não está mais endereçado a alguém em particular, que ele está simplesmente ali, para quem quiser pegar – ele está fluindo. Mesmo se ninguém estiver ali para pegá-lo, ele está fluindo.
Então, o amor não é um relacionamento, ele é um estado do ser. E nesse estado do ser repousa a humildade, a verdadeira humildade. Jesus é humilde nesse sentido; o papa não é humilde. Alguém pode cultivar a pobreza e enaltecer muito o ego a esse respeito, alguém pode cultivar a humildade e enaltecer o ego a esse respeito. Para mim, a humildade real surge como uma fragrância do amor. Ela não pode ser cultivada, você não pode praticá-la, não há como aprendê-la. Você precisa entrar no amor e, um dia, de repente, descobrirá que o amor floresceu – a primavera veio, o amor desabrochou e há uma certa fragrância que nunca esteve ali antes: você é humilde.