Se você puder não fazer coisa alguma, isso é o melhor. É necessário ter muita coragem para não fazer coisa alguma.
Para fazer, não é preciso ter muita coragem, porque a mente é uma fazedora. O ego sempre anseia fazer algo; mundano ou não mundano, o ego sempre deseja fazer algo. Ao fazer alguma coisa, o ego se sente perfeitamente adequado, saudável, em movimento, deliciando-se consigo mesmo.
Não fazer coisa alguma é o que há de mais difícil no mundo, e, se você o conseguir, isso é o melhor. A própria idéia de que precisamos fazer algo está basicamente errada. Precisamos ser, e não fazer. Tudo o que sugiro que as pessoas façam é apenas para que venham aconhecer a futilidade do fazer, de tal modo que um dia, a partir do puro cansaço, elas caiam no chão e digam: "Agora chega! Não queremos fazer coisa alguma." E o trabalho real começará.
O trabalho real é apenas ser, porque tudo aquilo de que você precisa já está dado, e tudo aquilo que você possa ser você já é. Você ainda não sabe, isso é verdade. Assim, o que é necessário é estar em um tal espaço de silêncio que você possa cair em si mesmo e perceber o que você é.