No final, você precisa se lembrar de que tudo deve ser abandonado, para que você permaneça em sua total pureza. Mesmo uma experiência espiritual corrompe; ela é um distúrbio.
Acontece algo, e surge uma dualidade. Quando acontece algo de que você gosta, surge o desejo de tê-lo mais. Quando acontece algo que o faz se sentir bem, surge o medo de vir a perdê-lo; assim, entra toda a corrupção – ambição, medo. Com a experiência, tudo da mente volta e novamente você cai na armadilha.
Todo o meu esforço aqui é o de levá-lo além – além da experiência –, porque somente então você estará além da mente e haverá silêncio. Quando não houver experiências, haverá silêncio. Quando não houver a experiência da bem-aventurança, haverá a bem-aventurança, porque a bem-aventurança não é uma experiência; você não sente que está bem-aventurado. Se você sentir, trata-se apenas de felicidade. Ela desaparecerá, se dissolverá e você será deixado no escuro.
Se você entender o ponto, nenhuma técnica será espiritual, porque todas as técnicas lhe darão experiências. E, um dia, este deveria ser o objetivo: tudo precisa ser abandonado. Você fica sozinho em sua casa – sem mobílias, sem experiências – e experimenta o supremo. Mas não se trata de uma "experiência", essa é apenas uma maneira de dizê-lo.