É melhor não usar drogas, porque algumas vezes elas podem lhe proporcionar certas experiências, e esse é o problema. Ao ter as experiências dessa maneira, fica muito difícil alcançá-las naturalmente, sem drogas. E ter uma experiência não é o básico; crescer através dela é.
Você pode ter uma experiência através de uma droga, mas assim você não cresce. A experiência vem a você, você não vai a ela. É como se você tivesse visto o Himalaia em uma visão – bela enquanto dura, mas ela não vai muito longe e você permanece o mesmo. Aos poucos, se a visão se tornar a sua realidade, você estará perdendo algo, porque ficará viciado nela.
Não, é melhor ir ao Himalaia. É difícil, é uma longa jornada. As drogas a tornam muito curta. Elas são violentas, forçam algo prematuro. É melhor ir pelo caminho longo, porque somente através da batalha você se desenvolve. E então a experiência virá a você, e você fica cristalino. É isso que importa, a experiência é irrelevante. O que importa é o crescimento. Lembre-se sempre de que toda a minha ênfase não está na experiência, mas no crescimento. A mente sempre pede mais experiências, novas experiências, ela se encanta com experiências – e precisamos ir além da mente.
Assim, a dimensão espiritual real não é a dimensão da experiência. Na verdade, nada existe a experimentar. Somente você – nem mesmo você, mas a pura consciência sem limites, sem objetos –, a pura subjetividade, o ser. Não que você experimente coisas belas. Você é belo, mas não experimenta coisas belas. Você é imensamente belo, mas nada acontece. Tudo à volta é um imenso vazio.