Todo rio chega ao oceano sem guias e sem mapas. Nós também podemos chegar ao oceano, mas ficamos emaranhados no caminho.
O guia, o mestre, não é necessário para levá-lo ao oceano – isso pode acontecer por si mesmo –; o mestre é necessário para mantê-lo alerta, a fim de que você não fique emaranhado no caminho, porque existem mil e uma atrações.
O rio se move, chega a uma bela árvore, desfruta-a e segue em frente; ele não se apega à árvore, ou o movimento pararia. Ele chega a uma bela montanha, mas ele prossegue, completamente agradecido, grato à montanha pelo deleite de passar por ela e por todas as canções que acontecem, e pela dança... O rio está grato, certamente grato, mas de maneira nenhuma aprisionado. Ele segue se movendo, seu movimento não para.
O problema com a consciência humana é que você se depara com uma bela árvore e deseja fazer dali a sua morada; agora você não deseja ir a lugar algum. Você se depara com um belo homem ou com uma bela mulher e fica aprisionado. O mestre é necessário para repetidamente lembrá-lo a não se prender a coisa alguma. Não quero dizer para não desfrutar nada. Na verdade, se você se prender, não será capaz de desfrutar; você pode desfrutar somente se permanecer desapegado, solto.