Não estou dizendo que uma atitude crítica seja sempre prejudicial. Se você estiver trabalhando em um projeto científico, ela não será prejudicial, ela é a única maneira de trabalhar.
Se você estiver trabalhando em um projeto científico, uma mente crítica é uma necessidade absoluta. Mas, se você estiver tentando alcançar sua própria interioridade, própria subjetividade, a mente crítica é uma barreira absoluta. No mundo objetivo, ela é perfeitamente adequada. Sem ela, não haveria a ciência; com ela, não haveria a religiosidade. Isto precisa ser entendido: quando as pessoas estiverem trabalhando objetivamente, elas devem ser capazes de usar a mente crítica, e quando estiverem trabalhando subjetivamente, devem ser capazes de colocá-la de lado. Ela deveria ser usada como um meio, e não se tornar uma ideia fixa. Você deveria ser capaz de usá-la ou não, você deveria ser livre.
Não existe possibilidade de entrar no mundo interior com uma mente crítica. A dúvida é uma barreira, da mesma maneira que a confiança é uma barreira na ciência. Uma pessoa de confiança não irá muito longe na ciência. Por isso, nos dias em que a religião era predominante no mundo, ela permaneceu não científica. O conflito que surgiu entre a igreja e a ciência não foi acidental; ele foi básico. Não se tratava realmente de um conflito entre a ciência e a religião, mas de um conflito entre duas diferentes dimensões de ser, a objetiva e a subjetiva. Elas funcionam de maneiras diferentes.