Enquanto você estiver fazendo algo - entalhando, pintando, esculpindo algo, você fica imerso no ato. Esse é seu deleite, sua meditação. Mas, quando tiver terminado, naturalmente você volta para a mente, e a mente pode começar a perguntar: "Qual é o sentido disso?"
Diz-se de Gibbon que, quando ele terminou sua história do mundo, ele chorou. Foi um trabalho de trinta anos, dia e noite, ano após ano, um trabalho contínuo. Ele tinha somente quatro horas de sono e vinte horas para trabalhar todos os dias. Quando terminou, ele chorou. Sua esposa não podia acreditar, seus discípulos não podiam acreditar naquilo. E perguntaram: "Por que você está chorando?" Todos estavam felizes por estar completo o trabalho, por estar completo o maior registro da história. Mas ele estava chorando: "Agora, o que farei? Estou acabado!" E morreu depois de três anos, não havia mais nada para ele fazer. Ele sempre fora jovial; no dia em que seu trabalho terminou, ele ficou velho.
Isso acontece com todo criador. Um pintor está tão apaixonadamente na pintura que, quando ela termina, surge o sentimento: "E agora? Por que fiz isso?" Uma grande consciência é necessária para perceber que a alegria de pintar está na própria pintura. Não existe resultado - o fim e os meios não estão separados.
Se você estiver desfrutando algo, esse é o ponto; não peça mais nada. De que mais você precisa? A conquista está no próprio processo. Você cresceu através dele, e essa é a conquista. Você se tornou mais profundo através dele, e essa é a conquista. Você se aproximou do centro de seu ser, e essa é a conquista. Se você estiver consciente, a sensação de falta de sentido desaparecerá.