Por que nos contemos! Existe um certo medo de que, se não nos contivermos, se nos entregarmos totalmente, não teremos mais a que dar. Assim, damos somente em partes. Desejamos permanecer misteriosos.
Quando você não permite que a outra pessoa entre em você e conheça totalmente o seu ser, isso se deve ao medo de que, se ela o conhecer totalmente, poderá ficar desinteressada. Você mantém alguns recantos do seu ser à parte, de tal modo que a pessoa se pergunta: "O que são esses recantos? O que mais você tem a dar?" E ela fica a procurar, a buscar, a persuadir, a seduzir... E da mesma maneira, a outra pessoa também está se contendo.
Existe algum entendimento animal por trás disso: quando o mistério é conhecido, a coisa se acaba. Amamos o mistério, amamos o desconhecido. Quando ele for conhecido, mapeado e medido, está acabado! Então, o que mais existe? A mente aventureira começará a pensar em outras mulheres, em outros homens. Isto aconteceu a milhões de casais: eles investigaram totalmente um ao outro - e pronto! Agora o outro não tem alma, porque o mistério não existe mais - e a alma existe no mistério. Essa é a lógica disso.
Mas, quando você for verdadeiramente independente e se render ao deus do amor, poderá se abrir totalmente. E, nessa própria abertura, vocês se tornam um. Quando duas pessoas estão abertas, deixam de ser duas. Quando as paredes desaparecem, o quarto passa a ser um só. E a satisfação está aí. É isso que toda pessoa que ama está procurando, buscando, ansiando, sonhando e desejando. Mas, sem entender corretamente, você poderá insistir em procurar e buscar na direção errada.