As pessoas se tornaram completamente passivas. Você escuta música, lê um livro, assiste a um filme em lugar nenhum você é um participante, apenas um observador dos outros, um espectador. Toda a humanidade se reduziu a ser espectadora.
É como se uma outra pessoa estivesse fazendo amor e você estivesse assistindo à cena e é isso que está acontecendo. Praticamente todas as pessoas se tornaram abelhudas. Uma outra pessoa está fazendo as coisas, e você é um espectador. É claro que você está fora disso, assim não há envolvimento, compromisso ou perigo. Mas como você poderá entender o amor só por assistir a alguém que está fazendo amor?
Minha impressão é que as pessoas se tornaram a tal ponto espectadoras que, quando fazem amor, são observadoras. As pessoas começaram a fazer amor no claro todas as luzes acesas, espelhos por toda a volta, para que possam assistir a si mesmas fazendo amor. Há pessoas que têm câmeras fixas em seus quartos para que, com as imagens sendo gravadas automaticamente, elas possam depois se ver fazendo amor.
Quando você participa, algo irracional começa a funcionar. Faça amor e seja como os animais selvagens. Se você escutar música, dance quando a música se torna uma dança, a razão é colocada de lado. E a razão somente pode ser uma espectadora, nunca uma participante. Ela sempre está do lado seguro, assistindo de algum lugar onde não haja perigo.
Assim, todos os dias encontre algo que você possa fazer sem pensar. Cave um buraco na terra; isso servirá. Transpire sob o sol quente e cave seja apenas aquele que cava. Na verdade, não seja aquele que cava, mas o cavar. Perca-se completamente nisso, torne-se um participante e repentinamente perceberá uma nova energia surgindo.